Em toda minha vida
não houve vez em que os comentários fossem diferentes ao dizer meu nome:
- Como? (pediam para
repetir)
- Que diferente!
- É indígena?
- Hum, nome de duas
deusas? (bem que desejaria ter poderes de Iara e de Isis).
Minha resposta quase
sempre foi que sou como Rei Momo: primeira e única.
Quem sabe hoje possa
dizer que sou a primeira com este nome próprio no Brasil, (se conhecem alguma
que nasceu primeiro me avisem) única não dá mais, pois já conheço pelo menos
três outras mulheres com este nome e que eu saiba são todas muito mais jovens
do que eu.
Sei que existem
famílias de origem japonesa com este sobrenome. Sobrenome faz sentido, pois foi
deste sobrenome que saiu meu nome.
“Senta que lá vem
história” - Como surgiu meu nome -
Meu pai, quando ainda
era solteiro, certo dia encontrou um livro com um tratado de medicina, sobre a
história do Teste do Daltonismo ou Teste Ishihara. Este teste recebeu este nome
por ter sido criado pelo Dr. Shinobu Ishihara.
Aí está o segredo do
nome Isiara. Meu pai achou que as letras “h” neste nome poderiam ser retiradas;
experimentou e se encantou com o resultado. O nome Isiara pareceu-lhe lindo
para uma menina e disse lá com seus botões (ele foi alfaiate e tinha caixas e
caixas de botões para pensar com ele):
- Este será o nome de
minha primeira filha.
Então um dia ele
encontrou uma linda moça e casou com ela. O primeiro filho foi um menino, então
Isiara ficou na reserva. O segundo filho e primeira filha fui eu, assim que o
nome saiu da caixinha e eu o recebi com muito gosto, pois acho meu nome muito
bonito.
E nasci sendo duas
deusas, Iara e Isis, uma deusa da lua e a outra deusa da água, vai ser poderosa
assim, bem que meu pai gostou deste nome.
Esta sou eu, Isiara.